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lunedì 24 ottobre 2022

Brasile: e se Lula perdesse le elezioni?


Una domanda impensabile fino a pochi giorni fa. Ma dopo i risultati del primo turno, i grossolani errori dei sondaggisti che non hanno visto fino al 10% di voti in più per Bolsonaro, e ancor più dopo il primo dibattito televisivo, non si può più escludere una possibile sconfitta di Lula. 

L'Huffington Post scrive il 23 ottobre: "I sondaggi dicono che l'incumbent, che al primo turno ha distaccato Lula di sei milioni di voti (5%), sta recuperando terreno". Da parte sua, La Vanguardia, nella stessa data, scrive: "I sondaggi danno Bolsonaro vicino a Lula in uno scenario ad alta tensione".

Che il mondo stia andando a destra è cosa evidente per noi italiani. Forse sarebbe più corretto dire che la sinistra, in tanti paesi del mondo, ha calato le brache e si è scolorita sempre più, portando avanti politiche di centro-destra che hanno stancato molti dei suoi supporters. 

 

Nel caso brasiliano, fatta la tara di un personaggio grezzo come Bolsonaro, così spaventosamente fascista da sembrare una caricatura, ci si deve chiedere come sia possibile che domenica prossima si rischi l’impensabile. 

 

Dal mio punto di vista, vari sono gli elementi da considerare. Innanzitutto direi che la prova del potere da parte del partito di Lula, il PT, ha dimostrato come, anche loro, fossero corruttibili e corrotti come qualsiasi altro partito. Il problema è che il PT si presentava, fin dagli inizi, come un partito eticamente diverso, leggi impermeabile alla cultura della corruzione per comprare voti e far avanzare le proprie istanze. L’errore di mescolare etica e politica è stato molto grave, e i tanti dirigenti finiti in galera si spera abbiano avuto tempo per pensarci su. Come ha scritto Victoria Jurkfitz Kessler Thibes in un documento dell’Università Federale del Rio Grande del Sud del 2012: 


« O governo Lula foi marcado por diversas crises e escândalos de corrupção. Durante seus dois mandatos, destacamos cinco ocasiões que foram de maior crise, das quais falaremos em ordem cronológica. 

WALDOMIRO DINIZ E CPI DOS BINGOS 

O escândalo de corrupção envolvendo Waldomiro Diniz, um alto funcionário do governo Lula e homem de confiança de José Dirceu (Ministro-chefe da Casa Civil na época, - una sorta di Primo Ministro- Dirceu era considerado um dos homens mais fortes do PT) foi deflagrado em 12 de fevereiro de 2004 pela revista Época. Em vídeo exclusivo fornecido à publicação, Diniz aparece pedindo propina ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira vantagens em uma licitação pública. 

O MENSALÃO

O escândalo do Mensalão foi o maior do governo Lula, envolvendo importantes políticos de sua base aliada e uma grande rede de parlamentares do congresso. Como resultado do escândalo, três deputados federais foram cassados (Roberto Jefferson, do PTB, Bispo Rodrigues, do PFL, e Pedro Corrêa, do PP), dois renunciaram (José Borba, do PT, e Valdemar Costa Neto, do PL), um homem foi condenado à prisão (Rogério Tolentino, considerado braço direito de Marcos Valério, também teve perda dos bens e deve pagar multa de R$ 2 milhões), José Dirceu renunciou ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil e depois foi cassado como deputado federal, Marcos Valério perdeu todos os contratos que tinha com o governo e Luiz Gushiken, que era chefe da Secretaria de Comunicação da presidência e tinha status de ministro, deixou o governo ministro da Fazenda, foi demitido durante o escândalo devido a fato relacionado ao caso.

OUTROS CASOS 

 Funcionários e membros do governo Lula foram acusados em outros casos de corrupção menos polêmicos que o Mensalão, mas que também trouxeram constrangimentos para o governo. Entre eles citamos: 

– CPI das ambulâncias (ou sanguessugas) 

– Escândalo do dossiê: em setembro de 2006 dois homens foram presos acusados de intermediar uma compra de documentos que ligariam José Serra e Geraldo Alckmin, ambos candidatos do PSDB na eleição daquele ano, ao esquema de corrupção dos “sanguessugas”. O escândalo motivou a renúncia de Ricardo Berzoini da presidência do PT e do cargo de coordenador da campanha de Lula em 2006

– Farra dos cartões corporativos: escândalo deflagrado por reportagem da Folha de S. Paulo em 2008, mostrando gasto excessivo de membros do governo nos cartões de crédito cedidos pelo Estado. As denúncias chegaram a atingir a filha de Lula.

- Caso Erenice Guerra: Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil Erenice Guerra, é denunciado por tráfico de influência. »

Le accuse di Bolsonaro che grida a ogni piè sospinto che Lula è un corrotto, non vanno quindi prese alla leggera, perché se sulla questione dell’appartamento a San Paolo la giustizia deve ancora fare il suo corso, la questione è più antica e potrebbe essersi sedimentata in una parte dell’elettorato, non solo quello di destra.

 

Va anche ricordato che i tanto sbandierati risultati mirabolanti dei suoi governi, Lula li dovette a una congiuntura internazionale particolarmente favorevole, con prezzi molto alti per le commodities agricole esportate dal Brasile, per cui entrarono molti soldi nelle casse pubbliche, il che permise di finanziare tante politiche pubbliche senza toccare le cause strutturali dei problemi del paese. Il caso della riforma agraria, tanto promessa e poi subito abbandonata, è esemplare di un Lula politico come tutti gli altri.

 

Io scrivevo sul mio blog già alla fine dell’era Roussef, prima della sua destituzione, che la fame sarebbe tornata in Brasile negli anni a venire, e questo non perché arrivava la destra al governo (dato che Dilma aveva preso come primo ministro un uomo del FMI per fare politiche di destra, senza sé e senza ma), ma perché le ragioni di fondo della povertà non erano state affrontate. Adesso ha buon gioco Bolsonaro a ricordare, a chi ha scarsa memoria, che il suo governo ha triplicato il mensile della Bolsa Familia rispetto a quanto dava Lula all’epoca. Che poi questa sia stata una misura opportunistica degna del primo Berlusconi, cioè buttata lì a poche settimane dal voto, non cambia molto. La povera gente penserà bene se negli anni Lula hanno ricevuto abbastanza per uscire dalla povertà oppure se sia meglio dare il voto a Bolsonaro per mantenere i 600 reais mensili attuali.

 

Che poi Lula si presenti assieme a uno dei suoi avversari storici, e con il forte appoggio del mondo industriale, bancario e della finanza di San Paolo, conferma quello che tanti avevano visto nelle politiche di Lula: tante chiacchiere a favore dei poveri, ma alla fine dei conti, come lui stesso disse, il miglior amico della finanza e, sicuramente, lontano dalla sinistra: Lula diz que maturidade o afastou da esquerda (https://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u87635.shtml)


Analizzate da sinistra, le politiche del governo Lula furono assolutamente a favore del blocco borghese brasiliano e contro gli interessi della classe lavoratrice. Cito alcuni passaggi del testo di Armando Boito Jr., A burguesia no governo Lula, apparso su Critica Marxista del 2005:

« O governo Lula está mantendo a política de desregulamentação do mercado de trabalho e de redução dos direitos sociais. Com efeito, o atual governo permite o desrespeito à legislação trabalhista graças à política de omissão da fiscalização do trabalho, mantém os trabalhadores sem política salarial de reposição das perdas, realizou uma nova contra-reforma da Previdência que apenas retirou direitos dos trabalhadores, aprovou uma nova Lei de Falência que, a partir de um certo montante, obriga a empresa em processo falimentar a priorizar o pagamento das dívidas bancárias em detrimento do pagamento dos débitos com os trabalhadores, apresentou um projeto de reforma universitária que consagra o sistema superior privado e lhe concede novas vantagens financeiras e legais e depositou no Congresso Nacional um projeto de reforma trabalhista e sindical que, ao mesmo tempo, mantém a estrutura sindical corporativa de Estado e flexibiliza o direito do trabalho. 

Como dissemos, a novidade do governo Lula neste terreno é que ele promoveu uma operação política complexa, que consistiu em possibilitar a ascensão política da grande burguesia interna industrial e agrária voltada para o comércio de exportação 

De fato, no Brasil de hoje, faltam estradas, silos, portos, funcionários para a vigilância sanitária e muitos outros itens de infra-estrutura e de recursos humanos para que o capitalismo brasileiro cresça como plataforma de exportação. Porém, do ponto de vista do capital financeiro, não teria sentido desviar para a infra-estrutura o dinheiro que deve ser encaminhado para remunerar os bancos. 

Tal qual FHC, Lula despreza o emprego, o salário, a moradia, a educação e a saúde, que deveriam ser as áreas prioritárias de uma política social progressista, para se concentrar no paliativo da assistência social insuficiente e incerta. 

Nossa análise mostrou que a unidade burguesa em torno do neoliberalismo foi reforçada pela política do governo Lula. Pois bem, essa tese é fundamental para entender porque todos os partidos burgueses e a grande imprensa esforçam-se ao máximo para preservar o Presidente Lula das denúncias de corrupção. Desviam, contra toda lógica e evidências, toda a responsabilidade pelo esquema de corrupção para o Congresso Nacional e para o Partido dos Trabalhadores. Dizem que é preciso impedir que a crise política contamine a economia. O que é que estão realmente dizendo? Que é preciso salvar a política econômica e o governo que garante essa política. » 

Da parte sua Bolsonaro ha fatto quello che gli chiedevano i suoi supporter delle 3 B: Biblia, Balas e Boi (la Bibbia a simbolizzare le chiese evangeliste, una forza con cui si deve fare i conti nel Brasile odierno; Balas, pallottole, simbolo di quel mondo violento, stile americano che pensa risolvere tutto a colpi di fucile, quindi polizia, esercito e squadre speciali; infine Boi, i buoi simbolo dell’avanzata dell’agribusiness, una volta centrato sull’allevamento e oggi sulla soja transgenica). Questo blocco era valutato attorno al 33 % dell’elettorato, salvo poi scoprire che i voti per lui sono arrivati al 43%. La domanda ovvia è da dove siano venuti tutti questi voti inaspettati.

 

Domenica vedremo quindi quale versione del mondo neoliberale vincerà: quello bancario-finanziario (e agribusiness) di Lula (e soci) o quello militare, religioso (e agribusiness) di Bolsonaro. 


Gli occhi sono puntati sulle zone economicamente floride (San Paolo…) e sul nordest, la zona da sempre povera del paese che veniva considerato come un bacino sicuro di voti per Lula. Io temo che le sorprese vere potrebbero arrivare da lì, perché i 600 reais attuali, moneta sonante, potrebbero fare la differenza.  

 

Nel caso succeda l’impensabile, e cioè la riconduzione di Bolsonaro, cosa succederà alla “sinistra” brasiliana? Personalmente resto convinto che non sarebbe la fine del mondo, perché finalmente sarebbe possibile aprire un vero dibattito sulle politiche promosse da Lula e Roussef, sul perché dell’appoggio al blocco borghese-bancario-finanziario e agroesportatore invece delle classi popolari e quindi decidere se si vuole perseguire una traiettoria simile al PD nostrano, per diventare una specie di Democrazia Cristiana conservatrice, per magari finire con Calenda, verso la destra, oppure riprendere in mano le origini progressiste e popolari dell’inizio. Lula dovrebbe naturalmente farsi da parte, lasciando che siano le nuove generazioni a decidere la strada che vogliono percorrere. Quel che è sicuro è che finché resta il totem Lula, la deriva verso il centro e centro-destra continuerà (basta vedere chi sono i suoi supporter attuali) e le condizioni di vita reale delle classi meno abbienti continueranno ad essere critiche per non dire altro.

 

Se invece dovesse vincere, di misura, sarà utile ricordarsi che chi vince non è Lula da solo, ma il blocco economico finanziario di destra che lo appoggia, per riprendere il cammino delle sue politiche passate, solo che in un contesto di crisi internazionale che porterà pochi sorrisi ai brasiliani che lo avranno votato.

 

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