Visualizzazioni totali

giovedì 27 ottobre 2022

2022 L54: Antonio Manzini - Le ossa parlano


Sellerio 2022

Un cold case per il vicequestore Schiavone, che lo prende non come la solita rottura di decimo livello, ma con dolente compassione, perché questa è la sua indagine forse più crudele. Antonio Manzini procede di un altro capitolo nel grande romanzo del suo personaggio. Un romanzo unico composto da più gialli intricati che esplorano le complessità della natura umana.

=

Uno Schiavone di quelli DOC! Candidato alla Top!

lunedì 24 ottobre 2022

Brasile: e se Lula perdesse le elezioni?


Una domanda impensabile fino a pochi giorni fa. Ma dopo i risultati del primo turno, i grossolani errori dei sondaggisti che non hanno visto fino al 10% di voti in più per Bolsonaro, e ancor più dopo il primo dibattito televisivo, non si può più escludere una possibile sconfitta di Lula. 

L'Huffington Post scrive il 23 ottobre: "I sondaggi dicono che l'incumbent, che al primo turno ha distaccato Lula di sei milioni di voti (5%), sta recuperando terreno". Da parte sua, La Vanguardia, nella stessa data, scrive: "I sondaggi danno Bolsonaro vicino a Lula in uno scenario ad alta tensione".

Che il mondo stia andando a destra è cosa evidente per noi italiani. Forse sarebbe più corretto dire che la sinistra, in tanti paesi del mondo, ha calato le brache e si è scolorita sempre più, portando avanti politiche di centro-destra che hanno stancato molti dei suoi supporters. 

 

Nel caso brasiliano, fatta la tara di un personaggio grezzo come Bolsonaro, così spaventosamente fascista da sembrare una caricatura, ci si deve chiedere come sia possibile che domenica prossima si rischi l’impensabile. 

 

Dal mio punto di vista, vari sono gli elementi da considerare. Innanzitutto direi che la prova del potere da parte del partito di Lula, il PT, ha dimostrato come, anche loro, fossero corruttibili e corrotti come qualsiasi altro partito. Il problema è che il PT si presentava, fin dagli inizi, come un partito eticamente diverso, leggi impermeabile alla cultura della corruzione per comprare voti e far avanzare le proprie istanze. L’errore di mescolare etica e politica è stato molto grave, e i tanti dirigenti finiti in galera si spera abbiano avuto tempo per pensarci su. Come ha scritto Victoria Jurkfitz Kessler Thibes in un documento dell’Università Federale del Rio Grande del Sud del 2012: 


« O governo Lula foi marcado por diversas crises e escândalos de corrupção. Durante seus dois mandatos, destacamos cinco ocasiões que foram de maior crise, das quais falaremos em ordem cronológica. 

WALDOMIRO DINIZ E CPI DOS BINGOS 

O escândalo de corrupção envolvendo Waldomiro Diniz, um alto funcionário do governo Lula e homem de confiança de José Dirceu (Ministro-chefe da Casa Civil na época, - una sorta di Primo Ministro- Dirceu era considerado um dos homens mais fortes do PT) foi deflagrado em 12 de fevereiro de 2004 pela revista Época. Em vídeo exclusivo fornecido à publicação, Diniz aparece pedindo propina ao empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira vantagens em uma licitação pública. 

O MENSALÃO

O escândalo do Mensalão foi o maior do governo Lula, envolvendo importantes políticos de sua base aliada e uma grande rede de parlamentares do congresso. Como resultado do escândalo, três deputados federais foram cassados (Roberto Jefferson, do PTB, Bispo Rodrigues, do PFL, e Pedro Corrêa, do PP), dois renunciaram (José Borba, do PT, e Valdemar Costa Neto, do PL), um homem foi condenado à prisão (Rogério Tolentino, considerado braço direito de Marcos Valério, também teve perda dos bens e deve pagar multa de R$ 2 milhões), José Dirceu renunciou ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil e depois foi cassado como deputado federal, Marcos Valério perdeu todos os contratos que tinha com o governo e Luiz Gushiken, que era chefe da Secretaria de Comunicação da presidência e tinha status de ministro, deixou o governo ministro da Fazenda, foi demitido durante o escândalo devido a fato relacionado ao caso.

OUTROS CASOS 

 Funcionários e membros do governo Lula foram acusados em outros casos de corrupção menos polêmicos que o Mensalão, mas que também trouxeram constrangimentos para o governo. Entre eles citamos: 

– CPI das ambulâncias (ou sanguessugas) 

– Escândalo do dossiê: em setembro de 2006 dois homens foram presos acusados de intermediar uma compra de documentos que ligariam José Serra e Geraldo Alckmin, ambos candidatos do PSDB na eleição daquele ano, ao esquema de corrupção dos “sanguessugas”. O escândalo motivou a renúncia de Ricardo Berzoini da presidência do PT e do cargo de coordenador da campanha de Lula em 2006

– Farra dos cartões corporativos: escândalo deflagrado por reportagem da Folha de S. Paulo em 2008, mostrando gasto excessivo de membros do governo nos cartões de crédito cedidos pelo Estado. As denúncias chegaram a atingir a filha de Lula.

- Caso Erenice Guerra: Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil Erenice Guerra, é denunciado por tráfico de influência. »

Le accuse di Bolsonaro che grida a ogni piè sospinto che Lula è un corrotto, non vanno quindi prese alla leggera, perché se sulla questione dell’appartamento a San Paolo la giustizia deve ancora fare il suo corso, la questione è più antica e potrebbe essersi sedimentata in una parte dell’elettorato, non solo quello di destra.

 

Va anche ricordato che i tanto sbandierati risultati mirabolanti dei suoi governi, Lula li dovette a una congiuntura internazionale particolarmente favorevole, con prezzi molto alti per le commodities agricole esportate dal Brasile, per cui entrarono molti soldi nelle casse pubbliche, il che permise di finanziare tante politiche pubbliche senza toccare le cause strutturali dei problemi del paese. Il caso della riforma agraria, tanto promessa e poi subito abbandonata, è esemplare di un Lula politico come tutti gli altri.

 

Io scrivevo sul mio blog già alla fine dell’era Roussef, prima della sua destituzione, che la fame sarebbe tornata in Brasile negli anni a venire, e questo non perché arrivava la destra al governo (dato che Dilma aveva preso come primo ministro un uomo del FMI per fare politiche di destra, senza sé e senza ma), ma perché le ragioni di fondo della povertà non erano state affrontate. Adesso ha buon gioco Bolsonaro a ricordare, a chi ha scarsa memoria, che il suo governo ha triplicato il mensile della Bolsa Familia rispetto a quanto dava Lula all’epoca. Che poi questa sia stata una misura opportunistica degna del primo Berlusconi, cioè buttata lì a poche settimane dal voto, non cambia molto. La povera gente penserà bene se negli anni Lula hanno ricevuto abbastanza per uscire dalla povertà oppure se sia meglio dare il voto a Bolsonaro per mantenere i 600 reais mensili attuali.

 

Che poi Lula si presenti assieme a uno dei suoi avversari storici, e con il forte appoggio del mondo industriale, bancario e della finanza di San Paolo, conferma quello che tanti avevano visto nelle politiche di Lula: tante chiacchiere a favore dei poveri, ma alla fine dei conti, come lui stesso disse, il miglior amico della finanza e, sicuramente, lontano dalla sinistra: Lula diz que maturidade o afastou da esquerda (https://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u87635.shtml)


Analizzate da sinistra, le politiche del governo Lula furono assolutamente a favore del blocco borghese brasiliano e contro gli interessi della classe lavoratrice. Cito alcuni passaggi del testo di Armando Boito Jr., A burguesia no governo Lula, apparso su Critica Marxista del 2005:

« O governo Lula está mantendo a política de desregulamentação do mercado de trabalho e de redução dos direitos sociais. Com efeito, o atual governo permite o desrespeito à legislação trabalhista graças à política de omissão da fiscalização do trabalho, mantém os trabalhadores sem política salarial de reposição das perdas, realizou uma nova contra-reforma da Previdência que apenas retirou direitos dos trabalhadores, aprovou uma nova Lei de Falência que, a partir de um certo montante, obriga a empresa em processo falimentar a priorizar o pagamento das dívidas bancárias em detrimento do pagamento dos débitos com os trabalhadores, apresentou um projeto de reforma universitária que consagra o sistema superior privado e lhe concede novas vantagens financeiras e legais e depositou no Congresso Nacional um projeto de reforma trabalhista e sindical que, ao mesmo tempo, mantém a estrutura sindical corporativa de Estado e flexibiliza o direito do trabalho. 

Como dissemos, a novidade do governo Lula neste terreno é que ele promoveu uma operação política complexa, que consistiu em possibilitar a ascensão política da grande burguesia interna industrial e agrária voltada para o comércio de exportação 

De fato, no Brasil de hoje, faltam estradas, silos, portos, funcionários para a vigilância sanitária e muitos outros itens de infra-estrutura e de recursos humanos para que o capitalismo brasileiro cresça como plataforma de exportação. Porém, do ponto de vista do capital financeiro, não teria sentido desviar para a infra-estrutura o dinheiro que deve ser encaminhado para remunerar os bancos. 

Tal qual FHC, Lula despreza o emprego, o salário, a moradia, a educação e a saúde, que deveriam ser as áreas prioritárias de uma política social progressista, para se concentrar no paliativo da assistência social insuficiente e incerta. 

Nossa análise mostrou que a unidade burguesa em torno do neoliberalismo foi reforçada pela política do governo Lula. Pois bem, essa tese é fundamental para entender porque todos os partidos burgueses e a grande imprensa esforçam-se ao máximo para preservar o Presidente Lula das denúncias de corrupção. Desviam, contra toda lógica e evidências, toda a responsabilidade pelo esquema de corrupção para o Congresso Nacional e para o Partido dos Trabalhadores. Dizem que é preciso impedir que a crise política contamine a economia. O que é que estão realmente dizendo? Que é preciso salvar a política econômica e o governo que garante essa política. » 

Da parte sua Bolsonaro ha fatto quello che gli chiedevano i suoi supporter delle 3 B: Biblia, Balas e Boi (la Bibbia a simbolizzare le chiese evangeliste, una forza con cui si deve fare i conti nel Brasile odierno; Balas, pallottole, simbolo di quel mondo violento, stile americano che pensa risolvere tutto a colpi di fucile, quindi polizia, esercito e squadre speciali; infine Boi, i buoi simbolo dell’avanzata dell’agribusiness, una volta centrato sull’allevamento e oggi sulla soja transgenica). Questo blocco era valutato attorno al 33 % dell’elettorato, salvo poi scoprire che i voti per lui sono arrivati al 43%. La domanda ovvia è da dove siano venuti tutti questi voti inaspettati.

 

Domenica vedremo quindi quale versione del mondo neoliberale vincerà: quello bancario-finanziario (e agribusiness) di Lula (e soci) o quello militare, religioso (e agribusiness) di Bolsonaro. 


Gli occhi sono puntati sulle zone economicamente floride (San Paolo…) e sul nordest, la zona da sempre povera del paese che veniva considerato come un bacino sicuro di voti per Lula. Io temo che le sorprese vere potrebbero arrivare da lì, perché i 600 reais attuali, moneta sonante, potrebbero fare la differenza.  

 

Nel caso succeda l’impensabile, e cioè la riconduzione di Bolsonaro, cosa succederà alla “sinistra” brasiliana? Personalmente resto convinto che non sarebbe la fine del mondo, perché finalmente sarebbe possibile aprire un vero dibattito sulle politiche promosse da Lula e Roussef, sul perché dell’appoggio al blocco borghese-bancario-finanziario e agroesportatore invece delle classi popolari e quindi decidere se si vuole perseguire una traiettoria simile al PD nostrano, per diventare una specie di Democrazia Cristiana conservatrice, per magari finire con Calenda, verso la destra, oppure riprendere in mano le origini progressiste e popolari dell’inizio. Lula dovrebbe naturalmente farsi da parte, lasciando che siano le nuove generazioni a decidere la strada che vogliono percorrere. Quel che è sicuro è che finché resta il totem Lula, la deriva verso il centro e centro-destra continuerà (basta vedere chi sono i suoi supporter attuali) e le condizioni di vita reale delle classi meno abbienti continueranno ad essere critiche per non dire altro.

 

Se invece dovesse vincere, di misura, sarà utile ricordarsi che chi vince non è Lula da solo, ma il blocco economico finanziario di destra che lo appoggia, per riprendere il cammino delle sue politiche passate, solo che in un contesto di crisi internazionale che porterà pochi sorrisi ai brasiliani che lo avranno votato.

 

Brasil: ¿qué pasa si Lula pierde las elecciones?


Una cuestión impensable hasta hace unos días. Pero tras los resultados de la primera vuelta, los groseros errores de las encuestadoras que no vieron hasta un 10% más de votos para Bolsonaro, y más aún tras el primer debate televisado, ya no se puede descartar una posible derrota de Lula. 

El Huffington Post escribe el 23 de octubre: "Los sondeos dicen que el presidente en funciones, que quedó por detrás de Lula por seis millones de votos (5%) en la primera vuelta, está recuperando terreno". Por su parte, La Vanguardia, en la fecha de hoy, escribe: "Las encuestas dan a Bolsonaro cerca de Lula en un escenario de alta tensión”.

Que el mundo vaya hacia la derecha es evidente para nosotros los italianos. Quizás sería más correcto decir que la izquierda, en tantos países del mundo, se ha bajado los pantalones y se ha desvanecido cada vez más, aplicando políticas de centro-derecha que han cansado a muchos de sus partidarios. 

En el caso brasileño, habiendo hecho la tara a un personaje burdo como Bolsonaro, tan espantosamente fascista que parece una caricatura, hay que preguntarse cómo es posible que el próximo domingo pueda ocurrir lo impensable. 

Desde mi punto de vista, hay varios elementos a tener en cuenta. En primer lugar, diría que la prueba de poder del partido de Lula, el PT, mostró cómo ellos también eran tan corruptibles y corruptos como cualquier otro partido. El problema es que el PT se presentó, desde el principio, como un partido éticamente diverso, o sea impermeables a la cultura de la corrupción para comprar votos y avanzar en sus propias reivindicaciones. El error de mezclar la ética y la política fue muy grave, y los numerosos dirigentes que acabaron en la cárcel tuvieron, con suerte, tiempo para reflexionar. Como escribió Victoria Jurkfitz Kessler Thibes en un trabajo de 2012 de la Universidad Federal del Sur de Río Grande: 

“El gobierno de Lula estuvo marcado por diversas crisis y escándalos de corrupción. Durante sus dos mandatos, destacamos cinco ocasiones que fueron de mayor crisis, de las que hablaremos en orden cronológico. 


WALDOMIRO DINIZ E CPI DOS BINGOS 
El escándalo de corrupción que envuelve a Waldomiro Diniz, un alto funcionario del gobierno de Lula y hombre de confianza de José Dirceu (ministro-jefe de la Casa Civil en la época, -una especie de primer ministro- Dirceu era considerado uno de los hombres más fuertes del PT) fue deflagrado el 12 de febrero de 2004 por la revista Época. En un vídeo exclusivo ofrecido a la publicación, Diniz aparece pidiendo propina al empresario Carlos Augusto Ramos, el Carlinhos Cachoeira ventajas en una licitación pública. 


EL MENSALÃO
El escándalo del Mensalão fue el mayor del gobierno de Lula, implicando a importantes políticos de su base aliada y a una amplia red de congresistas. Como resultado del escándalo, tres diputados federales fueron destituidos (Roberto Jefferson, del PTB, Bispo Rodrigues, del PFL, y Pedro Corrêa, del PP), dos dimitieron (José Borba, del PT, y Valdemar Costa Neto, del PL), un hombre fue condenado a prisión (Rogério Tolentino, considerado la mano derecha de Marcos Valério, también se le confiscaron sus bienes y debe pagar una multa de 2 millones de reales), José Dirceu dimitió como ministro jefe de la Casa Civil y posteriormente fue destituido como diputado federal, Marcos Valério perdió todos sus contratos con el gobierno y Luiz Gushiken, que era jefe de la Secretaría de Comunicación de la Presidencia y tenía rango ministerial, dejó el gobierno como ministro de Hacienda, fue despedido durante el escándalo por un hecho relacionado con el caso.


OTROS CASOS 
Funcionarios y miembros del gobierno de Lula fueron acusados en otros casos de corrupción menos controvertidos que el del Mensalão, pero que también supusieron una vergüenza para el gobierno. Entre ellos citamos: 

- IPC de las ambulancias (o sanguijuelas) 
- Escándalo de los expedientes: en septiembre de 2006, dos hombres fueron detenidos y acusados de intermediar en la compra de documentos que vincularían a José Serra y Geraldo Alckmin, ambos candidatos del PSDB en las elecciones de ese año, con la trama de corrupción de las "sanguijuelas". El escándalo provocó la dimisión de Ricardo Berzoini como presidente del PT y coordinador de la campaña de Lula en 2006.
- Juerga de tarjetas corporativas: escándalo desencadenado por un informe de Folha de S. Paulo en 2008, que reveló el gasto excesivo de los funcionarios en tarjetas de crédito emitidas por el gobierno. Las acusaciones llegaron incluso a la hija de Lula.
- El caso de Erenice Guerra: Israel Guerra, hijo de la ministra de la Casa Civil Erenice Guerra, está acusado de tráfico de influencias. 

 

Las acusaciones de Bolsonaro, que grita a cada paso que Lula es un corrupto, no deben, por tanto, tomarse a la ligera, porque si en el tema del piso de São Paulo la justicia aún tiene que seguir su curso, el asunto es más antiguo y puede haberse instalado en una parte del electorado, no sólo de la derecha.

También hay que recordar que los tan cacareados resultados milagrosos de sus gobiernos, Lula los debió a una coyuntura internacional especialmente favorable, con precios muy altos para las materias primas agrícolas exportadas desde Brasil, que aportaron mucho dinero a las arcas públicas, lo que permitió financiar muchas políticas públicas sin tocar las causas estructurales de los problemas del país. El caso de la reforma agraria, tan prometida y luego inmediatamente abandonada, es un ejemplo de un Lula político como cualquier otro.


Ya escribía en mi blog al final de la era Roussef, antes de su destitución, que el hambre volvería a Brasil en los próximos años, y esto no era porque la derecha llegara al gobierno (ya que Dilma había tomado a un hombre del FMI como primer ministro para hacer políticas de derecha), sino porque no se habían abordado las razones de fondo de la pobreza. Ahora Bolsonaro tiene un buen motivo para recordar a los que tienen mala memoria que su gobierno triplicó el Bolsa Familia mensual en comparación con lo que daba Lula en su momento. Que haya sido una medida oportunista digna del primer Berlusconi, es decir, lanzada unas semanas antes de la votación, no cambia mucho. Los pobres pensarán bien si recibieron lo suficiente para salir de la pobreza durante los años de Lula o si es mejor votar a Bolsonaro para mantener los actuales 600 reales mensuales.


Que Lula se presente entonces junto a uno de sus adversarios históricos, y con el fuerte apoyo del mundo industrial, bancario y financiero de São Paulo, confirma lo que muchos habían visto en las políticas de Lula: mucha palabrería a favor de los pobres, pero al fin y al cabo, como él mismo dijo, el mejor amigo de las finanzas y ciertamente alejado de la izquierda: Lula diz que maturidade o afastou da esquerda 

(https://www1. folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u87635.shtml)


Analizada desde la izquierda, la política del gobierno de Lula fue absolutamente favorable al bloque burgués brasileño y contraria a los intereses de la clase trabajadora. Cito algunos pasajes del texto de Armando Boito Jr., A burguesia no governo Lula, aparecido en Critica Marxista en 2005:


“El gobierno de Lula mantiene la política de desregulación del mercado laboral y de reducción de los derechos sociales. En efecto, el actual Gobierno permite el incumplimiento de la legislación laboral gracias a la política de omisión de la inspección de trabajo, mantiene a los trabajadores sin una política salarial de reposición de pérdidas, realizó una nueva contrarreforma de la Seguridad Social que sólo eliminó derechos de los trabajadores, aprobó una nueva Ley de Quiebras que, a partir de cierto monto, obliga a la empresa en proceso de quiebra a priorizar el pago de las deudas bancarias en detrimento del pago de las deudas con los trabajadores, presentó un proyecto de reforma universitaria que consagra el sistema de educación superior privada y le otorga nuevas ventajas financieras y legales y depositó en el Congreso Nacional un proyecto de reforma laboral y sindical que, al mismo tiempo, mantiene la estructura sindical estatal corporativa y flexibiliza el derecho laboral. 

Como hemos dicho, la novedad del gobierno de Lula en este terreno es que promovió una compleja operación política, que consistió en hacer posible el ascenso político de la gran burguesía industrial y agraria nacional centrada en el comercio de exportación 

De hecho, en Brasil faltan hoy carreteras, silos, puertos, funcionarios de vigilancia sanitaria y muchos otros elementos de infraestructura y recursos humanos para que el capitalismo brasileño crezca como plataforma de exportación. Pero, desde el punto de vista del capital financiero, no tendría sentido desviar a las infraestructuras el dinero que debería utilizarse para pagar a los bancos. 

Al igual que FHC, Lula desprecia el empleo, los salarios, la vivienda, la educación y la salud, que deberían ser las áreas prioritarias de una política social progresista, para concentrarse en el paliativo de una asistencia social insuficiente e incierta. 

Nuestro análisis mostró que la unidad burguesa en torno al neoliberalismo fue reforzada por las políticas del gobierno de Lula. Pues bien, esta tesis es fundamental para entender por qué todos los partidos burgueses y la gran prensa hacen todo lo posible para preservar al presidente Lula de las acusaciones de corrupción. Desvían, contra toda lógica y evidencia, toda la responsabilidad de la trama de corrupción hacia el Congreso Nacional y el Partido de los Trabajadores. Dicen que es necesario evitar que la crisis política contamine la economía. ¿Qué es lo que realmente dicen? Que es necesario salvar la política económica y el gobierno que garantiza esta política." 

 

Por su parte, Bolsonaro ha hecho lo que le pedían sus partidarios de las 3 B's: Biblia, Balas y Boi (la Biblia para simbolizar las iglesias evangélicas, una fuerza con la que hay que luchar en el Brasil de hoy); Balas, símbolo de ese mundo violento, a la americana, que cree que puede resolver todo con las armas, de ahí la policía, el ejército y los escuadrones especiales; finalmente Boi, bueyes que simbolizan el avance del agronegocio, centrado en la agricultura y en la soja transgénica). Este bloque estaba valorado en cerca del 33% en los sondeos previos, pero luego descubrimos que los votos a su favor alcanzaron el 43%. La pregunta que nos hacemos es de dónde salen todos estos votos.


Así que el domingo veremos qué versión del mundo neoliberal ganará: el mundo bancario-financiero (y agroindustrial) de Lula (y asociados) o el mundo militar, religioso (y agroindustrial) de Bolsonaro.


Los ojos están puestos en la zona económicamente más floreciente (San Pablo...) y en el nordeste, la zona más pobre del país que Lula consideraba un lugar seguro para votar. Creo que las sorpresas podrían llegar desde aquí, ya que los 600 reales actuales, moneda de cambio, podrían marcar la diferencia.  

 

Si ocurre lo impensable, es decir, la reelección de Bolsonaro, ¿qué pasará con la "izquierda" brasileña? Personalmente, sigo convencido de que no sería el fin del mundo, porque por fin se podría abrir un debate real sobre las políticas promovidas por Lula y Roussef, sobre por qué apoyan al bloque burgués-bancario-financiero y agroexportador en lugar de a las clases populares, y así decidir si quieren seguir una trayectoria similar a la de nuestro PD, para convertirse en una especie de Democracia Cristiana conservadora, para acabar quizás con Calenda, hacia la derecha, o retomar los orígenes progresistas y populares del principio. Por supuesto, Lula debería hacerse a un lado, dejando que las nuevas generaciones decidan qué camino quieren seguir. Lo que sí es cierto es que mientras el tótem de Lula permanezca, la deriva hacia el centro y la centro-derecha continuará (sólo hay que ver quiénes son sus actuales partidarios) y las condiciones reales de vida de las clases bajas seguirán siendo, cuando menos, críticas.

Si, por el contrario, ganara, por un estrecho margen, será útil recordar que el ganador no es Lula solo, sino el bloque económico-financiero de derecha que lo apoya, para retomar el camino de sus políticas pasadas, solo que en un contexto de crisis internacional que traerá pocas sonrisas a los brasileños que lo votaron.

martedì 18 ottobre 2022

2022 L53: Antonio Fusco - La stagione del fango

Giunti, 2020

E' l’ennesima notte travagliata per il commissario Casabona, in ferie da una decina di giorni nella sua casa sulle colline di Valdenza: da quando la moglie Francesca lo ha lasciato, il sonno stenta ad arrivare e solo con qualche bicchiere di rhum riesce ad annegare l’insonnia. Ma alle sei del mattino il suono del campanello lo risveglia brutalmente. Chi può essere a quell’ora? Di certo il commissario non immagina che di lì a poco irromperanno gli agenti della sua squadra insieme a Mauro Crisanti, che dirige la Criminalpol di Firenze. Con un mandato di perquisizione. Come è possibile? Di cosa è sospettato? Un’occhiata furtiva al verbale gli rivela la più infamante delle accuse: omicidio. 

==

Sempre una lettura piacevole.

giovedì 13 ottobre 2022

2022 L52: Cristina Cassar Scalia - Il talento del cappellano

Einaudi Stile libero 2021

Un cadavere che scompare, poi riappare. Un duplice omicidio accompagnato da una macabra messinscena. Con il Capodanno alle porte, pasticcio peggiore non poteva capitare al vicequestore Vanina Guarrasi. Se poi una delle vittime è un prete, il caso diventa ancora piú spinoso.

=

Un'autrice scoperta grazie ai consigli della libreria Giunti di Bracciano 2. Brava! Ho comprato anche i primi libri delle avventura della siciliana Vanina Guarrasi... Sarà nella Top!

venerdì 7 ottobre 2022

10º aniversario de las CFS VGGT


Una vez más, la Compañía Internacional de Teatro para el Desarrollo (Banco Mundial, FIDA, FAO, USAID, GIZ y otros) se reunió para discutir las Directrices Voluntarias, aprobadas en mayo de 2012. Un éxito indiscutible de esta operación fue haber asociado también al mayor movimiento campesino, La Vía Campesina, que aplaudió con entusiasmo este proceso desde el día de su aprobación.

Para los que tienen poca memoria, es necesario recordar por enésima vez el periodo histórico en el que se ambientó la VGGT, para que quede más clara la operación de manipulación tan brillantemente realizada, así como el callejón sin salida en el que nos encontramos ahora.

Los años 90, a pesar de la agresiva dominación del modelo neoliberal, individualista y centrado en el Dios mercado, habían visto resurgir internacionalmente la eterna cuestión de la "Tierra", tanto a través de la cuestión de la Reforma Agraria como de la cuestión de los derechos de los pueblos locales e indígenas. La cuestión de género también intentaba ganar espacio, en un mundo, el agrario, dominado por una visión machista tanto en las instituciones gubernamentales como en las agencias de la ONU y los movimientos campesinos.

Una conjunción astral favorable hizo que el Director General de la FAO, Jacques Diouf, escuchara la petición inicial de Filipinas, a la que luego se sumó Brasil, se tomara en serio la cuestión y, a pesar de la fuerte resistencia interna, en particular de nuestra unidad (el Servicio de Tenencia de la Tierra) y de su jefe inglés, decidió seguir adelante, haciendo que la idea de una conferencia internacional fuera aprobada por todos los comités internos y confiando su realización al nuevo director, un iraní sensible aunque no sea un especialista en el tema, con quien tuve el honor de compartir la mayor parte del trabajo preparatorio.

La conferencia (ICARRD) tuvo lugar en Brasil, ya que habían puesto los fondos necesarios, para poder gastarlos en el mercado político nacional para intentar restaurar el escudo del presidente Lula que, en este tema, no había cumplido ninguna de las promesas que había hecho en la campaña electoral. Sintomáticamente, después de discutir las fechas durante meses, para estar seguro de su presencia en la inauguración, Lula prefirió, en el último momento, ir a Inglaterra para hacerse una foto con la reina Isabel, confirmando que sus prioridades iban hacia los ricos de alto rango y no hacia los pobres sin tierra.

La ICARRD se organizó de forma muy diferente a la habitual, dando la misma oportunidad de hablar (en lo que se suele llamar actos paralelos) al Banco Mundial que a la última ONG interesada. Por primera vez, los documentos preparatorios, que siempre habían sido responsabilidad exclusiva de la FAO, se abrieron a las aportaciones externas, de modo que uno de ellos fue elaborado íntegramente por el CIP, el brazo político internacional de LVC sobre el tema madre, la soberanía alimentaria.

Obviamente, el Banco Mundial y sus compinches (como USAID, DfiD) no apreciaron este soplo de democracia, y no se presentaron, sino que empezaron a trabajar entre bastidores para preparar un futuro diferente al que se estaba preparando en Porto Alegre.

La ICARRD, como recuerdan todos y cada uno de los que estuvieron allí, fue un momento de diálogo abierto y sincero, incluso con los movimientos campesinos más reacios a entrar en una lógica de diálogo y negociación, y terminó con un sentimiento muy fuerte de positividad.

Éramos conscientes de que a los países del Norte, es decir, a los donantes, no les gustaba que pensáramos en tocar este tema junto con los movimientos sociales y las organizaciones campesinas e indígenas, sin dar protagonismo a los potentados del Norte. Así que inmediatamente surgió el problema de cómo organizarnos para el seguimiento.

Gracias al apoyo de los colegas del FIDA, fue posible pensar en una iniciativa conjunta, con la FAO y los movimientos campesinos interesados, a partir de los proyectos en curso, para demostrar en la práctica la validez del principio cardinal de la CIRADR: el diálogo y la negociación, no la mera participación, sino la creación de condiciones, es decir, entrar en debates sobre las dinámicas de poder locales, para sentarse en torno a una mesa en la que poder discutir las políticas y la legislación y los programas en favor de la superación de los "cuellos de botella" que bloquean cualquier esfuerzo de "desarrollo".

La resistencia fue mayor de lo que estimábamos, pero lo que no esperábamos era la traición de LVC.

Los países del Norte, inicialmente muy reacios a tocar la cuestión de la tierra, han ido cediendo poco a poco ante el creciente conflicto en un número cada vez mayor de países, a pesar de los intentos del Banco Mundial de orientar esta dinámica hacia cuestiones periféricas y neutrales, es decir, sin tocar la cuestión central de las asimetrías de poder. Así que la primera medida fue enviar a los donantes a hablar con el nuevo jefe de departamento de nuestra unidad (es decir, el jefe del director que había asumido la responsabilidad de organizar la ICARRD) y poner sobre la mesa una gran cantidad de fondos para tratar un nuevo tema, sobre el que no era evidente que la FAO tuviera un mandato, el cambio climático, con una condición: olvidarse de la ICARRD.

El siguiente paso fue poner en circulación la propuesta de empezar a trabajar en la "gobernanza" de la tierra, manteniendo en el lienzo de fondo la interpretación de esta cuestión dada por los titulares del Consenso de Washington. Así nació la Operación VGGT. El objetivo principal, retirar de la circulación cualquier referencia a la reforma agraria, esta palabra que, para los del Norte, suena como una blasfemia en la Basílica de San Pedro. La Operación Reemplazo había comenzado a principios de los años 90, tras la caída del Muro y la desintegración de la antigua Unión Soviética. El gobierno estadounidense propuso (¿impuso?) a la FAO la eliminación de dos servicios que, en su opinión, no servían para nada: el primero era el Servicio de Extensión Rural y el segundo, ni que decir tiene, el nuestro, que siempre se había llamado Servicio de Reforma Agraria. La "negociación" política interna en la FAO tuvo como resultado la eliminación del primer servicio y el cambio de nombre del nuestro por el de Servicio de Tenencia de la Tierra. 

Para los no iniciados esto puede parecer un paso insignificante, en realidad fue central en la operación de poner la tierra (y los recursos) del Sur bajo el control de las finanzas internacionales. La FAO fue el único organismo de las Naciones Unidas en el que se debatió y promovió (quizá no demasiado) la reforma agraria, un cambio de estructura, no sólo una cuestión de técnica y tecnología como le gusta discutir en el FIDA en estos días.

Quedaba un pequeño espacio en el que todavía se hablaba de la reforma agraria, y era la revista oficial de la FAO que yo editaba desde 1992. También allí, gracias al nuevo jefe británico que se nos impuso, cambió la música y me destituyeron de esta tarea justo a la víspera de la ICARRD, para ceder el papel a un colega que más tarde hizo carrera en el Banco Mundial precisamente en los temas de datos, técnica y tecnología relacionados con la tenencia de la tierra.

Nuestro servicio se convirtió en Land Tenure Service, la revista pasó a llamarse Land Tenure Journal, lo que quedaba era desactivar el potencial que representaba la ICARRD. Para eso estaba la Operación VGGT: primero, para eliminar definitivamente cualquier referencia a la reforma agraria y enmarcarlo todo en el perímetro de la administración de la tierra, el catastro, los datos y la tecnología moderna, de modo que ya no se hablara de la dinámica del poder. Las VGGT nacieron fuera de la FAO, en el seno del CSA, para hacer creer en una mayor democratización del debate, pero el juego estaba amañado desde el principio y los movimientos campesinos nunca lo entendieron, ni entonces ni ahora.

Nacidas como "voluntarias", las VGGT dependían de la buena voluntad de los gobiernos que ostentaban el poder, lo que eliminó inmediatamente cualquier esperanza de cambio. La FAO, que se declaró inmediatamente no responsable del documento final, dejó claro que no era su trabajo presionar a los gobiernos para que adoptaran las medidas más progresistas. A lo sumo podría dar algo de asistencia técnica, si algunos donantes (los lobos habituales del Norte) ponían dinero sobre la mesa.

Era una operación de manipulación tan descarada que, en mi ingenuidad, pensé que provocaría una reacción contraria muy fuerte de LVC. Así que imagínense mi sorpresa cuando, por el contrario, decidieron entrar en el proceso, sólo para estar presentes en el escenario en mayo de 2012 con uno de sus líderes, Scapazzoni, para decir lo felices que estaban con la aprobación de este instrumento fundamental.

Han pasado diez años, LVC ha tenido tiempo de darse cuenta de que se equivocó, pero por supuesto nunca ha querido hacer un mea culpa al respecto, y hoy el tema de la reforma agraria ha desaparecido, de hecho, del debate mundial, mientras que los conflictos han aumentado exponencialmente en todas partes, y hay discusiones al respecto: datos, seguimiento, mejores prácticas y cómo mejorar los registros de la tierra y los derechos formales sobre la misma, es decir, lo que sea necesario para mejorar los mercados de la tierra en favor de los intereses de los poderosos (antes era sólo el Norte, ahora también China y las finanzas internacionales en general).

Incluso ayer y hoy LVC sigue sentada tomándose por tonta, como si no se diera cuenta de que la han timado. El dinero para los proyectos en los países (del Sur, por supuesto, porque los problemas de gobernanza que existen en los países del Norte, típicos de los derechos no respetados del pueblo sami en Noruega, Finlandia, Suecia y Rusia, todos ellos países miembros de la FAO) se ha acabado, por lo que ahora se está sacando la conclusión: cero resultados, ningún país ejemplar para mostrar, y así piensan que cierran el tema de la tierra para siempre.

Lástima que sea la realidad la que se imponga a la teoría, y vuelvan a ser los conflictos territoriales, disfrazados de conflictos religiosos, los que se impongan de nuevo a nuestra atención. Una lástima, porque reconstruir una alianza progresista requerirá mucho tiempo y, sobre todo, nuevas caras, tanto a nivel de los gobiernos como de las agencias de la ONU y de los movimientos campesinos. Yo, que me he pasado la vida luchando por estos temas, he acabado arrinconado, pensionado a la fuerza por el incompetente Director General brasileño (como expliqué en mi libro A Manà), pero al menos mantengo una libertad de expresión que muchos colegas de la FAO han perdido, espero que no para siempre.

10th anniversary of the CFS VGGT

Once again the International Development Theater Company (World Bank, IFAD, FAO, USAID, GIZ and others) came together to discuss the Voluntary Guidelines, which were approved in May2012. An indisputable success of this was to have also associated the largest peasant movement, La Via Campesina, which from the day of approval enthusiastically applauded this process.

For those with short memories, it is necessary to recall for the umpteenth time the historical period in which the VGGTs were inserted, so that the manipulation operation so brilliantly carried out is clearer, as well as the cul-de-sac in which we now find ourselves.

The 1990s, despite the aggressive domination of the neoliberal, individualist, God-market-centered model, had seen the eternal question of "Land" resurrect internationally, both via the issue of Agrarian Reform and through the issue of the rights of local and indigenous peoples. The gender question was also trying to gain space, in a world, the agrarian world, dominated by a macho view both in government institutions and in UN agencies and peasant movements.

A favorable conjunction of stars meant that FAO Director-General Jacques Diouf listened to the initial request from the Philippines, which was later joined by Brazil, took the issue to heart and, despite strong internal resistance, particularly from our unit (the Land Tenure Service) and its English head, decided to go ahead, getting the idea of an international conference approved by all the internal committees and entrusted its implementation to the new director, a sensitive Iranian though not a specialist on the subject, with whom I had the honor of sharing the essentials of the preparatory work.

The Conference (ICARRD) was carried out in Brazil, since they had put the necessary funds to them, so they could spend it in the domestic political market to try to redound the blazon of President Lula who, on this issue, had not kept any of the promises he had made in the election campaign. Symptomatic that, after discussing dates for months so as to be certain of his presence at the opening, Lula preferred, at the last moment, to leave for England to have his picture taken with Queen Elizabeth, confirming that his priorities went toward the wealthy upper class rather than among the landless poor.

ICARRD was organized very differently than usual, giving the same opportunities to speak (in what are commonly called side-events) to the World Bank as to the last interested NGO. For the first time, the preparatory documents, which had always been the sole responsibility of the FAO, were opened to outside input, so that one of them was prepared entirely by the IPC, LVC's international policy arm on the mother issue, food sovereignty.

Of course, the World Bank and its cronies (the likes of USAID, DfiD) did not appreciate this whiff of democracy, and did not show up, but began working behind the scenes to prepare a different future than what was brewing in Porto Alegre.

ICARRD, as everyone and all those people who were there remember, was a moment of open, sincere dialogue, even with the peasant movements that were more reluctant to enter into a logic of dialogue and negotiation, and it ended with a very strong feeling of positivity.


We were aware that the Northern countries, i.e., the Donors, were not happy that we were thinking of touching this issue together with social movements and peasant and indigenous organizations, without giving a main role to the Northern potentates. So the problem of how to organize ourselves for follow-up immediately arose.

Thanks to the support of IFAD colleagues, it was possible to think of a joint initiative, with the FAO and interested peasant movements, starting with the ongoing projects, to demonstrate in practice the validity of ICARRD's pivotal principle: dialogue and negotiation, not mere participation, but creating conditions, that is, going in to discuss local power dynamics, to get around a table where we could discuss policies and legislation and programs in favor of overcoming the "bottlenecks" that blocked any "development" effort.

Resistance was greater than we estimated, but what we did not expect was the betrayal of LVC.

The countries of the North, initially very reluctant to touch the land issue, had slowly given in to the growing conflict in an increasing number of countries, despite the World Bank's attempts to direct these dynamics to peripheral and neutral issues, that is, without touching the central issue of power asymmetries. So it was that the first move was to send donors to talk to the new department head of our unit (i.e., the head of the director who had taken responsibility for organizing ICARRD) and put a large amount of funds on the table to deal with a new issue, on which it was not obvious that FAO had a mandate, climate change, under one condition: forget ICARRD.

The next step was to put into circulation the proposal to start working on the "governance" of the earth, keeping in the background canvas the interpretation of this issue as given by the Washington Consensus keepers. Thus was born Operation VGGT. Main purpose, to take out of circulation any reference to agrarian reform, this word which, for those in the North, sounds like a blasphemy in St. Peter's Basilica. Operation Replacement had begun in the early 1990s, after the fall of the Wall and the dissolution of the former Soviet Union. The U.S. government proposed (imposed?) the FAO to eliminate two services that, in their opinion, served no purpose: the first was Rural Extension and the second, needless to say, was ours, which had always been called the Agrarian Reform Service. Internal FAO political "negotiation" resulted in the elimination of the first service and a name change for ours, which went by the name Land Tenure Service. 

To the uninitiated this may seem like an insignificant step; in reality it was central to the operation of bringing the lands (and resources) of the South under the control of international finance. FAO was the only UN agency where agrarian reform was being talked about and promoted (perhaps not too much), a change of structure, not just a matter of technique and technology as at IFAD they like to discuss these days.

There was one small space left where they still talked about agrarian reform, and that was the official FAO journal that I had been in charge of as editor since 1992. Even there, thanks to the new British boss who was imposed on us, the tune changed, and I was ousted from this task just at the vigil of ICARRD, to hand over the role to a colleague who later made a career at the World Bank on exactly the data, technique and technology issues related to land tenure.

Our became Land Tenure Service, the renamed Land Tenure Journal, what remained was the need to defuse the potential that ICARRD represented. That's what Operation VGGT was for: first, to permanently remove any reference to agrarian reform and frame it within the perimeter of land administration, cadastre, data and modern technology, so that we would no longer talk about power dynamics. The VGGTs were born outside the FAO, within the CFS, so as to make people believe that the debate would be more democratized, but the game was rigged from the beginning and the peasant movements never understood it, then or now.

Born as "voluntary," the VGGTs depended on the goodwill of those governments that held power, which immediately removed any hope of change. The FAO, immediately declaring itself not responsible for the final document, made it clear that it was not its job to lobby governments for the most progressive measures. At most it could give some technical assistance if a few donors (the usual wolves from the North) put money on the table.

It was such an obvious manipulation operation that, in my naiveté, I thought it would provoke a very strong contrary reaction from LVC. So imagine my surprise when, on the contrary, they decided to enter the process, only to be present on stage in May 2012 with one of their leaders, Scapazzoni, to say how happy they were with the approval of this crucial instrument.

Ten years have passed, LVC has had time to realize that they got it wrong, but of course they never wanted to do a mea culpa about it, and today the agrarian reform issue has, in fact, disappeared from the world debate, while conflicts have increased exponentially everywhere, and there is discussion around: data, monitoring, best practices and how to improve land registries and formal land rights, i.e., whatever it takes to improve land markets in favor of the interests of the powerful (once it was only the North, now also China and international finance in general).

Still yesterday and today LVC is sitting there being fooled, as if they didn't understand that they got ripped off. Money for projects in the countries (of the South of course, because the governance problems that exist in the northern countries, typical of the unfulfilled rights of the Sami people in Norway, Finland, Sweden and Russia, all member countries of the FAO) are gone, so now the bottom line is being drawn: zero results, no exemplary countries to show for it, and so they think close the land issue forever.


Too bad it is reality that will impose itself on theory, and it will once again be land conflicts, masquerading as religious conflicts, that will once again impose themselves on our attention. Too bad because rebuilding a progressive alliance will take a long time and especially new faces, both at the level of governments and at the level of UN agencies and peasant movements. I, who spent my life fighting for these issues, ended up in the corner, retired obliged by the incompetent Brazilian director general (as I explained in my book A Manà), but at least I maintain a freedom of expression that many FAO colleagues have lost, I hope not forever.


10th anniversary of the CFS VGGT

 

Ancora una volta la International Development Theater Company (World Bank, IFAD, FAO, USAID, GIZ ed altri) si è riunita per discutere delle Voluntary Guidelines, approvate a maggio del2012. Un successo indiscutibile di questa operazione è stato di aver associato anche il più grande movimento contadino, La Via Campesina, che fin dal giorno dell’approvazione ha entusiasticamente applaudito questo processo.

 

Per chi ha poca memoria, è necessario ricordare per l’ennesima volta il periodo storico nel quale si sono inserite le VGGT, così che sia più chiara l’operazione di manipolazione così brillantemente condotta, nonché il cul-de-sac nel quale ci si trova adesso.

 

Gli anni novanta, malgrado l’aggressiva dominazione del modello neoliberale, individualista e centrato sul Dio mercato, avevano visto risorgere a livello internazionale l’eterna questione della “Terra”, sia via il tema della Riforma Agraria, sia attraverso il tema dei diritti delle popolazioni locali e dei popoli indigeni. Anche la questione di genere provava a guadagnarsi spazio, in un mondo, quello agrario, dominato da una visione maschilista sia nelle istituzioni di governo che nelle agenzie UN e nei movimenti contadini.

 

Una congiunzione astrale favorevole fece sì che il direttore generale della FAO, Jacques Diouf, ascoltasse la richiesta iniziale delle Filippine, alla quale si associò successivamente il Brasile, prendesse a cuore il tema e, malgrado le forti resistenze interne, in particolare dalla nostra unità (il Land Tenure Service) e dal suo capo inglese, decidesse di andare avanti, facendo approvare l’idea di una conferenza internazionale da tutti i comitati interni e ne affidasse la realizzazione al nuovo direttore, un iraniano sensibile anche se non specialista del tema, con cui ebbi l’onore di condividere l’essenziale del lavoro di preparazione.

 

La Conferenza (ICARRD) si realizzò in Brasile, dato che avevano messo loro i fondi necessari, così da poterla spendere nel mercato politico interno per cercare di ridorare il blasone del presidente Lula che, su questo tema, non aveva mantenuto nessuna delle promesse fatte in campagna elettorale. Sintomatico che, dopo aver discusso per mesi le date, in modo da esser certi della sua presenza al momento dell’apertura, Lula preferisse, all’ultimo momento, andarsene in Inghilterra per farsi fare una foto con la regina Elisabetta, confermando che le sue priorità andavano verso i ricchi altolocati piuttosto che tra i poveri senza terra.

 

ICARRD fu organizzata in modo molto diverso dal solito, dando le stesse opportunità di parola (in quelli che comunemente sono chiamati side-events) alla Banca mondiale come all’ultima ONG interessata. Per la prima volta, i documenti preparatori, da sempre responsabilità esclusiva della FAO, vennero aperti a un contributo esterno, così che uno di loro fu preparato interamente dall’IPC, il braccio politico internazionale di LVC sul tema madre, la sovranità alimentare.

 

Ovviamente la Banca mondiale e i suoi sodali (tipo USAID, DfiD) non apprezzarono questa ventata di democrazia, e non si presentarono, ma iniziarono a lavorare dietro le quinte per preparare un futuro diverso da quello che stava preparandosi a Porto Alegre.

 

ICARRD, come ricordano tutti e tutte quelle persone che ci sono state, è stato un momento di dialogo aperto, sincero, anche con i movimenti contadini più restii ad entrare in una logica di dialogo e negoziazione e si concluse con un sentimento di positività molto forte.

Eravamo coscienti che i paesi del Nord, cioè i Donatori, non erano contenti che si pensasse di toccare questo tema assieme a movimenti sociali e organizzazioni contadine e indigene, senza dare un ruolo principale ai potentati del Nord. Quindi il problema di come organizzarci per il seguito si pose da subito.

 

Grazie al supporto di colleghi dell’IFAD, fu possibile pensare a una iniziativa congiunta, con la FAO e i movimenti contadini interessati, che partisse dai progetti in corso, per dimostrare nei fatti la validità del principio cardine di ICARRD: dialogo e negoziazione, non semplice partecipazione, ma creare condizioni, cioè entrare a discutere delle dinamiche di potere locali, per mettersi attorno a un tavolo dove poter discutere di politiche e legislazioni e programmi in favore del superamento dei “bottlenecks” che bloccavano qualsiasi sforzo di “sviluppo”.

 

Le resistenze furono maggiori di quanto da noi stimate, ma quello che non ci aspettavamo fu il tradimento de LVC.

 

I paesi del Nord, inizialmente molto restii a toccare il tema terra, pian piano si erano arresi alla crescente conflittualità che si registrava in un numero crescente di paesi, malgrado i tentativi della Banca mondiale di dirigere queste dinamiche verso temi periferici e neutri, cioè senza toccare la questione centrale delle asimmetrie di potere. Fu così che la prima mossa fu di mandare dei donatori a parlare con il nuovo capo dipartimento della nostra unità (cioè il capo del direttore che aveva preso la responsabilità di organizzare ICARRD) e mettere sul piatto una grande quantità di fondi per occuparsi di un nuovo tema, sul quale non era evidente che la FAO avesse un mandato, il cambio climatico, a cambio di una sola condizione: dimenticare ICARRD.

 

Il passo successivo fu quello di mettere in circolazione la proposta di iniziare a lavorare sulla “governance” della terra, mantenendo in tela di fondo l’interpretazione di questo tema come dato dai tenutari del Consenso di Washington. Nacque così l’operazione VGGT. Scopo principale, togliere dalla circolazione qualsiasi riferimento alla riforma agraria, questa parola che, per quelli del Nord, suona come una bestemmia nella Basilica di San Pietro. L’operazione sostituzione era iniziata nei primi anni 90, dopo la caduta del Muro e lo scioglimento della ex-Unione Sovietica. Il governo americano propose (impose?) alla FAO di eliminare due servizi che, a loro giudizio, non servivano a nulla: il primo era quello della Rural Extension e il secondo, manco a dirlo, era il nostro, che si chiamava, da sempre, Servizio della Riforma Agraria. La “negoziazione” politica interna alla FAO risultò nella eliminazione del primo servizio e nel cambio di nome per il nostro, che passò a chiamarsi Land Tenure Service. 

 

Per i non addetti ai lavori può sembrare un passaggio insignificante, in realtà era centrale per l’operazione di mettere sotto il controllo della finanza internazionale le terre (e le risorse) del Sud. La FAO era l’unica agenzia ONU dove si parlava e promuoveva (magari non troppo) la riforma agraria, un cambio di struttura, non solo una questione di tecnica e tecnologia come piace discutere in questi giorni all’IFAD.

 

Rimaneva un piccolo spazio dove ancora si parlava di riforma agraria, ed era la rivista ufficiale FAO di cui mi occupavo come editore dal 1992. Anche lì, grazie al nuovo capo inglese che ci venne imposto, la musica cambiò e venni estromesso da questo compito giusto alla vigila di ICARRD, per passarne il ruolo a un collega che ha successivamente fatto carriera alla Banca mondiale esattamente sui temi di dati, tecnica e tecnologia legati alla land tenure.

 

Il nostro servizio diventato Land Tenure Service, la rivista rinominata Land Tenure Journal, bisognava disinnescare il potenziale che ICARRD rappresentava. L’operazione VGGT a questo serviva: innanzitutto togliere definitivamente qualsiasi riferimento alla riforma agraria ed inquadrare il tutto dentro il perimetro della amministrazione fondiaria, catasto, dati e tecnologia moderna, così da non parlare più delle dinamiche di potere. Le VGGT nascevano fuori dalla FAO, all’interno del CFS, così da far credere a una maggiore democratizzazione del dibattito, ma il gioco era truccato fin dall’inizio e i movimenti contadini non lo capirono mai, né allora né adesso.

 

Nate come “volontarie”, le VGGT dipendevano dal buon volere di quei governi che detenevano il potere, il che toglieva da subito qualsiasi speranza di cambiamento. La FAO, dichiarandosi subito non responsabile del documento finale, chiarì subito che non era compito suo fare pressione sui governi in favore delle misure più progressiste. Al massimo poteva dare un po’ di assistenza tecnica, se qualche donatore (i soliti lupi del Nord) avessero messo i soldi sul tavolo.

 

Era un’operazione di manipolazione talmente evidente che, nella mia ingenuità, pensai che avrebbe provocato una reazione contraria molto forte da parte di LVC. Immaginate quindi la mia sorpresa quando, al contrario, decisero di entrare nel processo, per essere poi presenti sul palco, a maggio 2012, con uno dei loro leader, Scapazzoni, a dire quanto felici erano dell’approvazione di questo strumento fondamentale.

 

Dieci anni sono passati, LVC ha avuto tempo per rendersi conto di aver sbagliato i conti, ma ovviamente non ha mai voluto fare un mea culpa su questo, ed oggi il tema riforma agraria è, di fatto, sparito dal dibattito mondiale, mentre i conflitti sono aumentati in maniera esponenziale dappertutto, e in giro si discute di: data, monitoring, best practices e come migliorare i catasti e i diritti formali sulla terra, cioè tutto quello che serve per migliorare i mercati della terra a favore degli interessi dei potenti (una volta era solo il Nord, oramai anche Cina e la finanza internazionale in generale).

Ancora ieri e oggi LVC sta seduta lì a farsi prendere in giro, quasi non capissero che si sono fatti fregare (they got ripped off). Soldi per progetti nei paesi (del Sud ovviamente, perché i problemi di governance che esistono nei paesi del nord, tipici i diritti non rispettati del popolo Sami in Norvegia, Finlandia, Svezia e Russia, tutti paesi membri della FAO) non ce ne sono più, per cui adesso si tirano le somme: zero risultati, nessun paese esemplare da mostrare, e così si pensa chiudere il tema terra per sempre.

Peccato che sia la realtà ad imporsi alla teoria, e saranno ancora una volta i conflitti fondiari, mascherati da conflitti religiosi, ad imporsi ancora una volta alla nostra attenzione. Peccato perché ricostruire una alleanza progressista necessiterà molto tempo e soprattutto facce nuove, sia a livello di governi che a livello di agenzie ONU e di movimenti contadini. Io, che ci ho passato la vita a battermi per questi temi, sono finito all’angolo, pensionato obbligato dall’incompetente direttore generale brasiliano (come ho spiegato nel mio libro A Manà), ma almeno mantengo una libertà di espressione che molti colleghi e colleghe FAO hanno perso, spero non per sempre.

 

 

 

 

  

martedì 4 ottobre 2022

2022 L51: Petros Markaris - La congiura dei suicidi


 La Nave di Teseo 2022

Atene sta affrontando il momento più duro dell'epidemia, la città è in lockdown e tutti soffrono le conseguenze psicologiche ed economiche delle restrizioni, anche la famiglia di Charitos. Per lui però, almeno al lavoro, è un periodo tranquillo, sembra che anche gli assassini preferiscano stare chiusi in casa. Ma la calma non dura a lungo e quando un suo vecchio collaboratore, Vlasòpoulos, gli chiede consiglio riguardo una strana lettera d'addio che inneggia a una fantomatica "congiura dei suicidi", Charitos non può far altro che iniziare a indagare. Anche perché la lettera diventa un caso sui social, provoca manifestazioni contro le ristrettezze causate dal lockdown e i suoi superiori vogliono che scopra chi c'è dietro. La situazione peggiora quando altri anziani decidono di farla finita lasciando lettere molto simili ma, soprattutto, quando una banda di giovani che si firma "Combattenti del 2021" comincia una serie di sanguinose azioni per sabotare le vaccinazioni contro il covid. Charitos, così, dovrà dividersi tra due difficili casi in una città semideserta e prostrata dal virus. Tra agitazioni sociali dovute alle chiusure, crisi economica, negazionisti, cospirazionisti e antivaccinisti, Kostas Charitos deve affrontare un'indagine complessa che lo porterà a scavare, una volta ancora, nel ventre molle di Atene e della sua gente, sfinita ma indomita.

==

Un classico. Chi ama i personaggi, Charitos, la moglie Adriana, la figlia Caterina e company trova tutto ben scritto e semplice. Consigliato.

sabato 1 ottobre 2022

Perché la sinistra italiana perde (e perderà ancora)

 

Faccio parte di quella generazione che, quando ero piccolo, avremmo chiamato dei “veci”, avendo passato la barra dei sessanta. Spettatore curioso di capire in che mondo vivevamo e viviamo, guardavo attorno a me, in famiglia, a scuola, nel quartiere e altrove, e vedevo un mondo operaio e piccoli artigiani che pian piano, grazie al famoso boom e alle dure lotte sindacali, erano riusciti a tirarsi fuori dalla povertà e cominciare il lento cammino verso la classe media.

 

All’epoca le diatribe politiche erano forti, chi stava con la Chiesa e col capitale, la DC, e chi si opponeva a quel mondo, il PCI, parte del PSI e i vari partitini a sinistra di tutti. Era un’epoca quando quelli di sinistra frequentavano quotidianamente il mondo di sotto, perché avevano le loro radici lì e da lì traevano la loro legittimità politica.

 

A questo si accompagnava, fin dal dopoguerra, un vento di internazionalismo che faceva sì che si pensasse, non solo a sinistra, a cosa stesse succedendo altrove, in Europa, in Africa, in Asia e nell’America tutta. Un interesse sincero per cercare di capire meglio chi fossimo e dove stessimo (o volessimo) andare. 

 

Con gli anni, il benessere economico è cresciuto e il Belpaese era diventata la quinta potenza mondiale (1987), sorpassando la Gran Bretagna. Nemmeno le crisi del 73 e del 79 avevano intaccato seriamente questo cammino, e gli italiani hanno continuato quel processo di cambiamento da farli diventare stabilmente un paese di classe media. 

 

Sono pian piano scomparsi gli operai (e i contadini), il nuovo credo neoliberale ha portato una precarietà crescente nel lavoro e un livello di disoccupazione crescente fra i giovani. Lo sfacelo dell’Est ha aperto le porte della fuga e tutti noi ci ricordiamo i barconi di albanesi che arrivavano in Puglia nei primi anni 90. Già allora si cominciava a guardarli dall’alto in basso, dimenticandoci di “quando gli albanesi eravamo noi” come scriveva Gianantonio Stella.

 

La classe politica di sinistra, dalle origini povere, contadine e un po’ intellettuali, transitò verso la parte alta della classe media, sfilacciando sempre più il contatto con il mondo reale che si alzava presto ogni mattina per andare a lavorare o a cercarne uno (di lavoro). Il gruppo dominante, il PCI, perse per strada ogni contatto anche col mondo studentesco, troppo sognatore, ribelle e diverso per essere inquadrato in una logica partitica.

 

Molti segnali iniziarono ad arrivare, io amo ricordare il film Quando Caterina va in città di Virzì, che cercavano di dire a quella casta politica di ricordarsi da dove veniva e guardare dove era andata a finire. Segnali inutili perché quando si esce dalla povertà si preferisce guardare più in alto, e non più in basso.

 

A mano a mano che iniziavano a far parte delle compagini governative e della classe dirigente, cioè occupando poltrone, il gusto di restarci attaccato prese il sopravvento. 

 

Parallelamente, l’internazionalismo di una volta si era trasformato in un crescente “nombrilismo” come dicono i francesi, cioè il guardarsi l’ombelico: lasciar perdere gli altri (che venivano visti sempre più come competitori di quella ricchezza che sembrava sul punto di ridursi o svanire) e concentrarsi sul noi, anzi sul me stesso.

 

I partiti progressisti hanno interpretato bene quel cammino, e tutti i loro dirigenti si sono accasati in posti di potere, una vita agiata lontana dal trambusto delle periferie, lontani da quei poveri, brutti e cattivi che cominciavano a votare Berlusconi invece di votare a sinistra.

 

Ed eccoci ai giorni nostri: il resto del mondo non ci interessa, peccato poi che sia il resto del mondo ad interessarsi a noi, con le distruzioni che noi portiamo, non da soli, nelle agricolture e territori del Sud, con lo sfruttamento di mano d’opera a prezzi stracciati nei paesi della periferia etc. etc.

 

Al suo interno sbocciano i tradimenti, epocale l’affondamento di Romano Prodi al governo prima e all’elezione della presidenza della repubblica poi, le microscissioni che, al di là delle personalità, confermavano una incapacità evidente di chi dirige il principale partito di guardarsi realmente dentro.

 

Oggi questa sinistra che non capisce il mondo fuori da casa sua, che non ha contatti col mondo reale, quello di sotto, che ha messo i tappeti rossi perché il deserto culturale televisivo avanzasse con Berlusconi (Mediaset patrimonio nazionale da difendere diceva D’Alema!), si stupisce di essere scesa al 19%. Gli altri sinistri non è che stiano meglio, e tutti insieme non vanno da nessuna parte. Peggio ancora, non hanno nulla da dire a quel 36% che non ha votato e, peggio ancora, non ha nessuna visione del mondo, delle dinamiche storiche di sfruttamento e quindi non sa contro chi battersi e per quale avvenire. Siamo arrivati al punto che l’unica persona a dire cose di sinistra in Italia sia il Papa!

 

Quindi, o se ne vanno e si riparte da zero, sapendo che si tratta di ricostruire una cultura internazionalista con le nuove leve, cioè partendo dalla scuola, altro settore abbandonato dalla sinistra, oppure ci terremo dei governi di destra per i prossimi trent’anni. Se pensano che sia un problema limitato ai dirigenti o al nome del partito, non fanno altro che confermare che non hanno capito nulla. Hanno contribuito scientemente a creare un’Italia di ignoranti, che ascolta le reti di Berlusconi (e quelle della RAI che oramai sono uguali), leggono giornalacci come Libero, Il Giornale, La Verità, carta da cesso e nulla più, ma che costruiscono ogni giorno di più una figura di italiano/a ignorante e incapace di decifrare il perché dei suoi problemi. 

 

Sarà un cammino lungo, ma la prima cosa da fare è che si tolgano di mezzo. Hanno fallito storicamente, devono pagare!